As palavras que seguem, fizeram parte de um outro momento que quero deixar aqui, em cada frase está a data em que foram escritas.
...Páginas desfeitas de um livro que se perdeu sobre a estante empoeirada...
Soneto de Fernando Pessoa
Heterônimo Álvaro de Campos
Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.
Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei
Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.
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A beleza da vida que nos foi dada e a outra face da tristeza
Quando tudo parece não ter sentido e você fica por aí vagando e vagando apenas, sem caminho certo para seguir, sem motivos para continuar, parece uma pedra em meio a tantas pessoas só e apenas se sentindo obscuro ao mundo a sua volta e querendo de alguma forma sumir, ir embora e acham que você é covarde porque quer fugir de tudo que te sufoca e a vida fica cada dia mais sem sentido e as pessoas não são as mesmas de antes e você grita mas seu grito é calado no fundo de sua alma e não tem mais ninguém para ouvir, tudo fica perdido e sem querer você outra vez se choca com um mundo enorme a sua frente, sem motivos, sem razão para seguir...
26/02/06
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Somente...
...um momento nada mais, para sorrir com as pessoas. Somente um momento para não se sentir culpado de tudo, não derramar lágrimas por você. Apenas um momento para que você possa entender o que é a liberdade e me possa libertar dessas correntes que aprisionam minha alma, para que num final de tarde de domingo eu possa sorrir como quando criança com pureza nos olhos. A inocência não acabou. Eu que sempre procurei de todas as formas encontrar nos sorrisos receptivos amizade, hoje vago sozinha, correndo atrás do que ainda acho que é meu. Meu mundo foi de desfazendo, tantas foram às vezes que parei no caminho, mas como quem acredita eu sigo em frente mais uma vez, apesar de na alma carregar um passado doentio, nos olhos carregar tristeza disfarçada em alegria.
12/02/06
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Há tempos eu quis voar, mas minhas asas não souberam para onde ir
Há tempos eu quis fugir, meus pés correram e com medo de cair eles pararam no cominho, daí sem ter para onde ir, “volta”, aquela voz me perturbou até o fim.
Quantas palavras emudeceram em meus lábios, estas jamais ninguém saberá.
Durante tempos quis adormecer para sempre, mas sem querer sempre acordei.
Quantos sonhos ficaram para trás, sem ao menos mais um tempo para sonhar.
Será que o amor acabou?
Mas eu quero te amar para sempre, este era o sonho de criança. Lembra-se?
O que foi que aconteceu?
Onde o tempo se perdeu? Onde eu me escondi?
Eu tive medo de mim, eu tive medo de tudo e me escondi. Já não sei onde me encontrar, este mundo é grande demais para mim.
Eu não posso ir embora antes do fim, mas agora parece que ninguém entende mais minhas palavras e eu choro sem parar dentro de mim, porque minhas lágrimas não querem mais sair.
26/11/06
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